Passageiro nº 08
A luz do sol recém-nascido,
Entra pela úmida janela,
Aquece meu corpo frio
Sob o azul de um cobertor e,
Sussurra uma poesia para mim.
Alguém canta À Primeira Vista
E um rio passa sob meus pés.
A ruiva do meu lado,
Penteia seu flamejante cabelo,
Com toda graça e vaidade
Que só as mulheres possuem
(Deve ter alguém esperando
Pra se queimar em suas madeixas de fogo).
Alguém canta À Primeira Vista
E o mar passa sobre as pedras.
Os pássaros que pousam
Sobre os telhados das casas,
Lembram a Gabriela
Subindo em um mesmo telhado,
Pra pegar a pipa daquele garoto.
Alguém canta À Primeira Vista
E a cidade passa sob meus pés.
Adeus Ilhéus!
Eu comecei a fazer esse poema em um ônibus, estava viajando de Salvador para Canavieiras, uma cidade no sul do estado, viajei à noite, quando amanheceu o ônibus estava entrando em Ilhéus, era a primeira vez que eu entrava na cidade, acordei com a luz do sol no meu rosto, a moça do meu lado se preparando para descer e a música "À Primeira Vista" tocando no rádio (na versão linda do Chico César).
Às vezes eu penso no poeta como uma antena, e a poesia como uma entidade, ela mora em outro plano de existência, porém está em todos os lugares, tentando o tempo todo se comunicar com a gente, mas somente os poetas conseguem ouvi-la, conseguem enxergá-las.
Às vezes eu penso no poeta como uma antena, e a poesia como uma entidade, ela mora em outro plano de existência, porém está em todos os lugares, tentando o tempo todo se comunicar com a gente, mas somente os poetas conseguem ouvi-la, conseguem enxergá-las.
2 comentários:
Passo muit pouco pelos blogs e sempre que te procuro te encontro num lugar diferente!!! rs bjs
Só os poetas as ouvem, mas nem sempre conseguem traduzí-la com o mesmo encanto.
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