by Íris M. Lima
Eu gosto quando ele chega
Me acolhe em seus braços
Me ama baixinho
Eu gosto quando ele me pega e me traz
Arranca minha roupa
Me agarra por trás
Eu gosto quando ele morde minha orelha
Roça seu sexo ao meu
Sussurra obscenidades em meu ouvido
Eu gosto quando ele me lambe
Me toca e me chupa e sufoca
E provoca e invoca a louca que há em mim
Eu gosto quando ele me xinga
Me chama na cama:
- Vem minha puta!
Eu gosto quando ele goza
E fala que me ama
(Eu gosto de acreditar)
Eu gosto quando amanhece
Eu estou só
Mas a mancha de sêmen no lençol
Me diz que não foi um sonho...
Esse eu fiz lá para o armAZém3, o tema era "Mulher", pensei em enviar o Oito de Março, que é um dos meus melhores poemas, mas ela não era inédito, e me comprometi a publicar sempre textos inéditos lá, então escrevi esse como Íris, tentei pensar como uma mulher, uma mulher solitária como a Íris, gorda, fora do padrão pré-estabelecido como bonito, que tem um namorado-ficante, que gosta dela, gosta do jeito dela, mas não tem coragem de assumir o relacionamento, teme ser visto com uma gorda, com uma mulher feia. Ele é um cretino, um imbecil, mas ela gosta dele (na verdade ela ama qualquer um que lhe dê um pouco de carinho), por isso as noites em que ele aparece são tão especiais.
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