segunda-feira, maio 30, 2005

A Princesa e o Cavaleiro


A jovem princesa espera nervosa, o seu primeiro combate, ela nunca enfrentou um oponente antes, está com medo, muito medo. Enquanto isso, o experiente cavaleiro aguarda ansioso o inicio da batalha, não é a primeira vez que ele vai lutar, porém nunca teve que enfrentar uma rival tão formidável como a jovem princesa, por isso, está um pouco nervoso.

Começa a batalha, como era de se esperar, os adversários não partem logo para a luta com armas, preferem o combate corpo a corpo, assim podem analisar melhor o estilo do oponente. É um duelo espetacular, a jovem princesa apesar de inexperiente, aprende com uma velocidade incrível e se iguala ao cavaleiro no combate, eles se estudam, agarram um ao outro e rolam pelo chão num balé interminável, porém, por ser mais forte o cavaleiro consegue uma ligeira vantagem, quando ele está preste a dar o golpe final, a princesa em um ato desesperado consegue inverter a situação desfavorável e foge.

O cavaleiro persegue a princesa, ela pára e vira em sua direção, ele fita seus olhos, percebe que apesar de ter fugido ela está louca para enfrentá-lo novamente, seus corpos clamam pelo combate. O cavaleiro saca sua espada e parte em direção à sua oponente, ela permanece imóvel, parece já saber do seu destino, então num ato brusco ele crava sua espada toda no corpo da princesa, ela grita, enterra suas unhas nas costas dele, o cavaleiro aperta seu corpo contra o dela, nota seu coração batendo mais rápido, sua respiração ofegante, percebe o sangue dela escorrendo pela sua espada e por fim, sente ela morrendo em seus braços, no último suspiro de vida a jovem princesa sorri, o cavaleiro se sente culpado, arrependido ele usa sua espada contra si mesmo, e derrama sobre ela todo seu sangue branco de cavaleiro nobre, depois cai morto sobre o corpo da sua prazerosa rival.



sexta-feira, maio 27, 2005


Passageiro nº 08

A luz do sol recém-nascido,
Entra pela úmida janela,
Aquece meu corpo frio
Sob o azul de um cobertor e,
Sussurra uma poesia para mim.

Alguém canta À Primeira Vista
E um rio passa sob meus pés.

A ruiva do meu lado,
Penteia seu flamejante cabelo,
Com toda graça e vaidade
Que só as mulheres possuem
(Deve ter alguém esperando
Pra se queimar em suas madeixas de fogo).

Alguém canta À Primeira Vista
E o mar passa sobre as pedras.

Os pássaros que pousam
Sobre os telhados das casas,
Lembram a Gabriela
Subindo em um mesmo telhado,
Pra pegar a pipa daquele garoto.

Alguém canta À Primeira Vista
E a cidade passa sob meus pés.

Adeus Ilhéus!



Eu comecei a fazer esse poema em um ônibus, estava viajando de Salvador para Canavieiras, uma cidade no sul do estado, viajei à noite, quando amanheceu o ônibus estava entrando em Ilhéus, era a primeira vez que eu entrava na cidade, acordei com a luz do sol no meu rosto, a moça do meu lado se preparando para descer e a música "À Primeira Vista" tocando no rádio (na versão linda do Chico César).

Às vezes eu penso no poeta como uma antena, e a poesia como uma entidade, ela mora em outro plano de existência, porém está em todos os lugares, tentando o tempo todo se comunicar com a gente, mas somente os poetas conseguem ouvi-la, conseguem enxergá-las.


quarta-feira, maio 25, 2005

Um blog novo de novo

Meu primeiro blog foi o Diário de um Bobo (até hoje não sei onde tava com a cabeça ao criar esse título), depois fiz o AmarGo!, depois um monte de pseudo-blogs onde eu simplesmente jogava meus textos, digo isso, pois não eram blogs, faltava aquele elemento que torna os blogs tão interessantes, a opinião do autor, vou tentar escrever como no início, mas sem aquela minha ingenuidade e ignorância da época, vou tentar retribuir os comentários (nem que seja só pra mandar beijos, como a maioria dos visitantes fazem), vou tentar faz um blog.