quarta-feira, junho 29, 2005


beijo a boca

que me bebe

bebo a boca

que me baba

babo a boca

que me beija


terça-feira, junho 28, 2005

AmarGo!


Tudo bem
Eu reconheço
Sei que sou frio
Sei que sou amargo
Não queria ser assim
Pois ser doce é muito bom
Mas o mundo está mudando
E os doces vão morrer primeiro
Não enxergam o mundo como ele é
Para eles tudo é poesia, tudo é melodia
São gostosos de provar, saborosos pra comer
Serão os primeiros a tombar, os primeiros a sofrer
Por isso eu prefiro ser amargo, padecerei menos
Além disso, eu vejo o mundo sem maquiagem
Sei que existem muitas coisas erradas por aí
E também sei que elas não vão mudar
Mas não posso ser indiferente a tudo
Por isso, faço minha parte: critico
Enfio meu dedo nas feridas
Mostro os erros que vejo
Talvez não resolva
E nada mude
Talvez


segunda-feira, junho 27, 2005

Acaso

Eles não acreditavam em amor à primeira vista
Mas foi justamente à primeira vista que se apaixonaram

Tudo começou com uma troca de olhares
Logo, já estavam conversando
Parecia que tinham nascido um para o outro
Trocaram números de telefone
Marcaram de se verem no dia seguinte

Porém, o destino não permitiu que isso acontecesse
Os papéis com os números se perderam
Ela ficou doente e não pôde comparecer ao encontro
Ele ficou esperando a linda moça que nunca apareceu
E a moça olhando pro telefone que nunca tocou

Parecia que tinham nascido um para o outro
E nasceram, mas não foi dessa vez
Quem sabe em uma próxima vida?

quarta-feira, junho 22, 2005

A novela da minha vida
Capitulo 15

Quadrilha Junina. (para a garota que não sei o nome)



Você já teve uma grande paixão quando era criança, dessas que fazem agente ficar olhando para o nada, com cara de bobo? Eu já, foi na minha longínqua infância, não sei o seu nome, de onde ela veio, nem pra onde ela foi, apenas lembro dela e da semana em que passamos juntos, da semana que ela foi minha e eu fui dela (ou quase isso).


Viva a São João! (e a pró Lucidalva também!)

Estávamos no mês de Junho, mês das laranjas, dos milhos, dos amendoins e das festas juninas, minha professora Lucidalva (outro grande amor da minha vida), resolveu fazer uma quadrilha de São João com os alunos dela, então foram organizados os pares, eu fiquei de fora, pois não quis participar (a dona timidez não deixou), porém eu toparia se meu colega Angelito não tivesse escolhido minha grande paixão para dançar, acho que foi amor (de criança) à primeira vista, eu não conhecia aquela garota, acho que era de outra sala e só foi incluída na quadrilha, para completar os pares, mas isso nem importava, pois eu estava apaixonado.


Angelito não sabe dançar! (Lá lá lá lá lá, bem pouco!)

Os ensaios para a apresentação da quadrilha eram feitos dentro da sala, eu assistia todos e morria de inveja do Angelito, na verdade não sentia muita inveja, pois ele dançava muito mal e sempre errava os passos, de tanto errar a professora resolveu tirar ele da quadrilha. (na verdade ele é que pediu para sair, mas prefiro dizer que foi expulso, pois faz eu me sentir vingado). Advinha quem ela chamou para dançar com a minha paixão? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu! Yeeeeessssssssssssssss!


E com vocês: O parceiro Alex! (Xiii, ela é mais alta do que eu!)

Ela estava linda naquele dia, a pele macia, os cabelos loiros, suas mãos estavam quente e eu estava no céu, como assistia todos os ensaios, já havia decorado os passos da quadrilha, por isso comecei a ensaiar no mesmo dia em que o Angelito saiu (expulso), foi lindo, poder dançar com minha paixão, sentir os dedos dela escorregarem pelos meus, olhar nos olhos dela, bem isso eu não fiz, pois ela era mais alta do que eu, mas pude dançar olhando a sua boca que também era linda, ah, que boca linda tinha ela...


Chegou o dia da apresentação (Mamãe pra que esse lápis?)

Camisa de quadrinhos, chapéu de palha, calça jeans com retalhos de tecido colorido costurados nas pernas e, é claro: barba, costeletas e bigode desenhados no meu rosto com lápis delineador. Era assim que eu estava vestido (eca!). Eu proibi minha mãe de me ver dançar a quadrilha, ficaria com vergonha se ela estivesse lá me olhando durante a apresentação (mas ela foi escondida e viu tudo), por isso, fui sozinho para a escola nesse dia, lembro da sensação de estar sendo observado por todo mundo, por causa da barba pintada em meu rosto, mas quando cheguei na escola passou (meus colegas estavam ridiculamente pintados como eu).


Olha a quadrilha! (E agora? Meu chapéu caiu!)

A apresentação foi um sucesso, não erramos nenhum passo, fizemos tudo certinho, ou quase, meu chapéu caiu quando eu estava dançando, eu não sabia se soltava a mão de minha paixão e pegava o chapéu, ou se terminava a apresentação sem ele, achei melhor pegar, dei sorte que não atrapalhou em nada e terminamos a apresentação aplaudidos de pé (mesmo porque, não havia cadeiras para sentar). E foi assim que minha paixão foi minha pela primeira e única vez, não lembro dela no dia seguinte, não lembro nem do dia seguinte, mas desse nunca vou esquecer.


sexta-feira, junho 17, 2005


Prelúdio

Amor, estou com sono,
vou dormir.
Não se esqueça de desligar a tv
e apagar a luz da sala.

Se quando for deitar,
eu já estiver dormindo
e você quiser namorar um pouquinho,
Dê-me alguns beijinhos que acordo, tá bem?

Boa noite meu amor.

terça-feira, junho 14, 2005

A gota d'água


Era uma chuvosa madrugada de Domingo, Maria estava dormindo e acordou assustada, seu marido gritava e batia desesperadamente na porta, ele estava bêbado, ela sabia, por isso, hesitou em abrir, tinha medo. Medo de ser espancada novamente.

Ao perceber que Maria não abriria, o marido começou a chutar a porta, até que a fechadura cedeu e ele entrou furioso, olhou para Maria e voou para cima dela, gritando e ameaçando mata-la, ela tentou fugir, mas ele a alcançou, segurou pelos cabelos, e arremessou seu rosto contra a parede, ela caiu e o marido a pisoteou.

Maria desmaiou logo em seguida, quando acordou, horas depois, mal conseguia ficar de pé, sua roupa estava rasgada, seu corpo sangrava, doía. Andando com dificuldade, quase se arrastando pela cozinha, ela olhou para a sala e, viu seu marido dormindo no sofá, dormindo indefeso no sofá. Então, Maria pegou uma panela, encheu de água e colocou para ferver.







Texto escrito especialmente para o armAZém3

Victor Az

quinta-feira, junho 09, 2005

Dá série: Micro contos



Abaixou o short, mostrou o pinto pra mãe e disse: a fumiga modeu aqui ó.




sexta-feira, junho 03, 2005


Luciano, Ana e Clara

Luciano amava Ana mais que a própria vida
Um amor tão grande, tão grande,
Que parecia não caber no peito.
Ela era tudo para ele, tudo!
Seu olhar castanho
Parecia derreter-lhe o coração,
E fazia Luciano ficar cada dia mais louco por ela.
Porém, justamente quando ele achou
Que passaria o resto da sua vida com Ana,
Luciano conheceu a Clara
A linda Clara de pele escura,
E o sorriso perfeito dela
Penetrou em seu peito com a mesma força do olhar da Ana.
Quando Luciano se deu conta,
Elas já estavam dividindo o mesmo espaço em seu coração,
Ele não sabia o que fazer,
Pois não podia ficar com as duas,
Não seria certo.
Luciano as amavam demais para traí-las,
Então teria de escolher,
Mas como?
Como decidir entre o olhar castanho da Ana
E o sorriso perfeito da Clara?
Como viver sem a Ana?
Como viver sem a Clara?
Elas eram parte dele,
E ele era parte delas.
No entanto, como não poderia ficar com ambas,
E seria impossível viver só com uma,
Luciano partiu o coração da Ana,
Quebrou o coração da Clara,
E destruiu seu próprio coração.
Ele foi embora,
Não escolheu nenhuma delas,
Sacrificou sua felicidade,
Na esperança de um dia
Elas acharem alguém que as amassem como ele,
Porém, elas nunca encontraram,
E os três foram infelizes para sempre.








Esse foi o primeiro texto que escrevi pro armAZém3 (que está com uma edição nova no ar), queria fazer uma hitória de amor que não tivesse um final comum, feliz, do tipo: E eles viveram felizes para sempre, por isso fiz o inverso.

quarta-feira, junho 01, 2005

Dá série: As poesias que fiz para elas...


O Nome




Que nome eu dou a minha filha?

Se ela foi feita porque eu quis
Chamo de Beatriz?
E como a mãe também queria
Chamarei de Maria?

Que nome eu dou a minha filha?

Se for negra
Pode ser Clara?
E se for morena
Será Milena?


Que nome eu dou a minha filha?



Gabriela?


Fabiana?


Daniela?


Ou Juliana?

Que nome eu dou a minha filha?



Clarice?


Cecília?


Janice?


Emília?

Que nome eu dou a minha filha?



Telma?


Selma?


Regiane?


Cristiane?

Que nome eu dou a minha filha?



Carla?


Ana Karíssia?


Marla?


Ou Ana Patrícia?

Que nome eu dou a minha filha?



Suzete?


Claudete?


Arlete?


Salete?

Que nome eu dou a minha filha?



Pollyanna?


Tatiana?


Luciana?


Mariana?

Que nome eu dou a minha filha?



Berenice?


Emicleide?


Cleonice?


Lucicleide?

Que nome eu dou a minha filha?



Margarida?


Rosa?


Violeta?


Marieta?

Que nome eu dou a minha filha?



Cíntia, Cristina?


Ângela, Regina


Renata, Sabrina?

Que nome eu dou a minha filha?




Clementina, Geralda, Esmeralda, Florentina, Rubi, Diamantina?


Que nome eu dou a minha filha?



Se o nome ainda não sei
De uma coisa tenho certeza
Ela será linda como Afrodite
Forte igual a Diana
E graciosa feito uma princesa







Eu fiz esse poema para Patrícia, uma das primeiras amigas que fiz na internet. Ela havia me dito que estava grávida, aí ficamos discutindo como seria o nome da criança, escrevi o texto a partir da nossa conversa. Como eu achava que seria uma menina (e acertei), usei como base o nome das leitoras do meu blog Diário de um Bobo.